© Isadora Ribeiro.
A FEMINILIDADE RETRATADA NOS SELF-PORTRAITS DE ISADORA RIBEIRO
É o que encontro na arte de Isadora Ribeiro: Os retratos do feminino vivenciados singularmente em suas mais variadas modalidades.
Podemos pensar o conceito de feminino, em várias perspectivas filosóficas e psicológicas. Culturalmente vivenciado como um construto pertencente à mulher, o mesmo perpassa esse paradmiga e se coloca em uma concepção amplamente variável, para além do destino da anatomia sexual, e que tem sua essência determinada, quando acrescido de diferenças, sendo elas biopsicoculturais. A mulher especificamente herda, o grande fardo desse conceito, com uma imposição política restrita ao sexo. Sobrepujando essas imposições, a feminilidade foi, e se matem sendo o grito de muitas mulheres ao longo da história ocidental, seja como auto-afirmação e/ou autonegação.
Dentro desse fundo, coloco como figura a arte de Isadora Ribeiro, paulistana, que com seu espírito livre, dentre suas tantas atividades artísticas, desenvolve um projeto Autoral de Auto-Retratos; que evoco para investigação do feminino e suas fases.
Segundo Mary Wollstonecraft, uma escritora britânica do séc. XVI precursora do movimento feminista,
“O feminismo é a teoria que procura investigar a fundamentação falta”.
Na colocação corporal da artista em sua fotografia, o corpo é usado como discurso principal e pode ser lido em encenação de vertigens, com desequilíbrios, náuseas, anciã de vômitos, e ilusões de movimentos; o que pode representar sintomas psicossomáticos desse constante convívio conflituoso com a falta, podendo levar até mesmo a surtos psicóticos e delírios. Condições estas que podem ser lidas claramente na obra da artista por vias de densidade visual.
Outra faceta referente ao feminino é a sedução, que ultrapassando a beleza de padrões estética consumista, dizendo de um mistério, que silencia e oculta, que revela em partes, que induz, desencaminha e paralisa. E visto dentro da fantasia do corpo feminino, pode ser considerado como um demônio que encanta as almas fracas.© Isadora Ribeiro. Esse poder sobre o corpo, que a artista representa em um excelente jogo de sombras ou luz excessiva, e cores que exercem um efeito rítmico sobre seus retratos, trazendo um clima elucidativo as imagens. Tendo a posse absoluta do seu corpo, utiliza-o como objeto de desejo e brinca como um lápis a desenhar as imagens de forma fascinante e inspiradora.
© Isadora Ribeiro.
E como última instância de muitas outras que poderia abordar, indico a linha tênue do equilíbrio do corpo e da mente.
© Isadora Ribeiro.
Rememoro a frase de Fernando Pessoa:
“Sou o intervalo entre o desejo e aquilo que o desejo dos outros fizeram de mim.”
Esse intervalo, que pode trazer o instante de equilíbrio sobre a profusão de desejos. Que muitos encontram nas mais variadas manifestações artísticas. O escape, o ponto de equilibro, que subvertido sustenta. Que é a conversão da excitação ao ato criativo, ao estado de embriaguez , ao gozo. E no feminino aparece com uma especificidade natural e altamente perceptiva. É o que encontro na arte de Isadora Ribeiro: Os retratos do feminino vivenciados singularmente em suas mais variadas modalidades.
Se você se interessou pelo seu trabalho, pode encontrá-la nos seguintes links: Flickr
Fonte:
©obvious: http://lounge.obviousmag.org/embriaguez_artistica/2012/01/a-feminilidade-retratada-nos-self-portraits-de-isadora-ribeiro.html?
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